Foi graças a um reality show na TV francesa que eu tive vontade de conhecer a Normandie. O programa era uma gincana de caça ao tesouro, com perguntas enigmáticas e muita correria. Tinha locações incríveis que me fizeram viajar e ter vontade de conhecer diversos lugares. Entre várias cidades do interior da França, um dia surgiu o Monte Saint Michel.
A origem do monte é cheia de lendas e mistérios, mas remonta a 708, quando começou como um oratório e posteriormente se transformou em uma abadia. A construção é o que mais impressiona: fica em cima de uma ilhota de granito, cercada de areia e com muitas partes movediças, além de experimentar uma das maiores flutuações de maré da Europa.
A água some por vários quilômetros e depois volta tão rapidamente que alguns carros são surpreendidos. O local recebe nada menos que 3 milhões de visitantes por ano. O monte, tombado pela UNESCO em 1979, é uma parte viva da história francesa. Durante a Guerra dos 100 Anos, ele foi fortificado e chegou a ser usado como prisão. Depois de ter sido abandonado, ter sofrido incêndios e danos causados pelos ventos e marés, esteve quase condenado à ruína, mas finalmente foi restaurado no século XIX. E existe uma rixa antiga para saber se ele fica na Normandie ou na Bretagne
A forma mais tradicional de visitá-lo é saindo e voltando de Paris no mesmo dia ou ,como eu fiz, dormindo em Rennes. No passado, os visitantes peregrinos chegavam a pé, pois o dique que liga o monte ao continente não existia.
A única forma de se alimentar era comendo as omeletes da Mère Poulard. Enquanto a Princesa Isabel assinava a abolição no Brasil, a Mère Poulard inaugurava seu restaurante em 1888. Para aqueles que duvidam, ainda está lá, até hoje, servindo as omeletes. Claro, agora são muito mais disputadas, a maioria das pessoas só olham.
A cidade tem seus habitantes e dá para dormir lá dentro, mas, claro. são opções bem caras. A verdade que, apesar d bem turística, essa é um visita ótima para conhecer mais da França.